Domingo: dia de festa em família.
è verdade, já tinha bebido um pouco além só habitual, e depois de um dia muito alegre (adoro conviver com a minha família) lembro-me da minha avo ( que deveria estar presente) que infelizmente já faleceu.
Retiro-me do local da festa, vou apanhar ar fresco e fumar um cigarro.
Choro, sem motivo aparente. Limpo as lágrimas que teimam em cair. Estou triste.
De repente sinto uma mão no meu ombro, é a minha cunhada (mulher do meu irmão).
- Então bruna, esta tudo bem?
E lá vem outra lágrima...juntamente com um sorriso forçado.
- Sim , tudo bem, só me lembrei da minha avó, mas já passou.
depois de algum tempo de conversa sobre o assunto, ela pergunta.
- Olha, e o teu casamento?
Bom, agora sim, ri-me com alguma vontade.
- Casamento?! Que casamento? Ainda não percebeste que não existe casamento há muito tempo?
- Sim, já percebi que vocês não estão bem, mas...
- O casamento já acabou há muitos anos.
- Mas não achas de deviam fazer alguma coisa para tentar salva-lo?
- Não, não quero.
- E o sentimento?
- Não existe sentimento.
- Mas já não amas o teu marido? Vocês gostavam tanto um do outro, o que se passou para esse sentimento morrer assim de repente?
- Não foi assim de repente, as coisas foram acontecendo, não vou dizer que a culpa é minha ou dele, a culpa é dos dois, provavelmente ambos erramos. O amor não acontece porque ele me oferece um carro ou uma jóia lindíssima, o amor vai nascendo a cada dia, nasce de pequenas coisa, gestos, palavras, carinho...assim também termina...na falta dessas manifestações...
- Então o sentimento acabou...
- Sim, eu já não sinto que o amo.
- Compreendo, só não sei como conseguem viver assim... Mas quero que saibas que, se um dia tomares uma decisão em relação a isso, tens todo o nosso apoio, sabes que não estas sozinha, ok?
- Certo. Eu sei que sim...
Isto esta a complicar, não estou a conseguir esconder, suportar todos estes sentimentos, ta tudo tão confuso na minha vida. Agora mais a minha cunhada que sabe... Gosto de ser discreta e já não estou a conseguir fazê-lo...
Agora apetece-me...não sei muito bem, mas quero libertar-me!