domingo, 22 de maio de 2011

Jantar a três


Agosto de 2009

Não falei mais no Gabriel nem no sentimento que ainda guardava em mim. Tentei convencer-me que já o tinha esquecido, embora lá no fundo eu soubesse que não era verdade...pois quem esquece não sente saudade...e eu todos os dias sentia a falta dele.
Agora, eu e a Vitoria trabalhávamos com a Marta na empresa onde trabalhava também o Gabriel, embora fosse em departamentos diferentes, o que fazia com que nunca nos cruzássemos.
Quando as minhas amigas perguntavam, eu dizia que a paixão e aquela loucura tinham passado...tinha acabado, e isso era verdade, eu e ele já não estávamos juntos à um ano e eu já não o via desde aquele evento à seis meses atrás.

Na empresa onde trabalhávamos, decidiram organizar um evento de solidariedade para ajudar uma colega nossa, que estava com o filho gravemente doente. Seria numa discoteca e 50% do consumo revertia a favor da criança.
Obviamente que nós as três estaríamos presentes, para além de ajudar a colega também não dispensavamos uma farra...coisa que eu estava mesmo a precisar...sair, esquecer os problemas, beber uns copos, dançar e divertir-me muito.
Sai do trabalho por volta das 17horas, passei em casa, tomei um duche, arranjei-me convenientemente e perto das 21h a Vitoria tocou à minha campainha e fomos directas buscar a Marta para jantar.
Nessa noite de Agosto sentia-me particularmente bonita, o que nem sempre acontecia, mas estava serena, calma e com a certeza de que seria uma noite fantástica e que me ia divertir muito.
O restaurante tinha sido escolhido a dedo, como se costuma dizer, calminho e com uma musica acolhedora. Pedimos bacalhau com natas para as três e vinho banco fresquinho"Muralhas" que era o nosso preferido. No final um café e um copo de licor Beirão que não podia faltar.
O jantar estava a correr muito bem, ate que a Vitoria se lembrou de dizer que o Gabriel tambem ia aparecer no evento, mas a Marta disse que não, que ele lhe tinha dito que não iria aparecer...comentei, indiferente, que não acreditava que ele aparecesse...
O meu coração disparou naquele momento...como eu queria que ele aparecesse! Mas não, embora eu desejasse muito, não acreditava mesmo que ele fosse aparecer.
Eu e a Marta dirigimo-nos à casa de banho, e ela perguntou-me se eu não achei estranho a Vitoria falar no Gabriel, assim sem mais nem menos...o que eu notei, foi que a Vitoria não se sentia muito à vontade quando falava nele, não conseguia olhar-me os olhos, e isso incomodava-me...a Marta apenas me disse que estava com uma certa desconfiança, e não foi preciso ela dizer mais nada para me pôr desconfiada também.

Depois pensaria nisso, aquela noite era para me divertir.




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