A carência fazia parte dos meus dias à vários anos.
Tinha um casamento que contava 15 anos, mas na realidade poucos foram os anos que posso dizer que tive um casamento de verdade, como eu idealizei.
O relacionamento foi-se degradando aos poucos e nessa altura já pouco havia do que era um casamento.
Não existia ambiente familiar, quase não nos víamos, não tínhamos saídas em comum, não riamos juntos, não conversávamos, não nos olhávamos sequer. Éramos apenas duas pessoas que viviam juntas, tínhamos dois filhos em comum, e um contracto de casamento que nos mantinha juntos...e que por isso nos privava de sermos independentes. Um compromisso que nos mantinha presos a um casamento que não existia, que nos impedia de sermos felizes, que nos obrigava a sermos um do outro, quando na realidade já nem isso éramos. Pensei muitas vezes, até que ponto isso se pode chamar de um casamento, ate que ponto alguém possa dizer que eu sou casada...é isto ser casada? Ter um papel assinado... Posso realmente pensar que sou casada? Ser casada é dividir a casa e as despesas com outra pessoa? É apenas isto?
Não, para mim ser casada tem que ser bem mais do que isto!
Não me condeno, nem permito que quem quer que seja me julgue.
A vida é muito curta para ficarmos presos a preconceitos ou julgamentos da sociedade.
Vou viver.
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