segunda-feira, 9 de março de 2015

Faz-me feliz





"Quem sou eu? Eu sou aquela que deixou a blusa branca pra vestir essa farda, o salto por uma bota de cano alto, deixei as unhas bem feitas para obter calos, deixei o cabelo escovado pra ter um rabo de cavalo empoeirado e muitas vezes molhado da chuva, deixei o ar condicionado de uma sala pelo sol escaldante em uma rodovia, o caminhar lento e silencioso de um escritório por uma viatura em alta velocidade e uma sirene que adentra ate os meus sonhos.
Eu? Eu sou o forte sexo frágil, que se preparou fisicamente para levantar 2, 3 vezes o meu peso para te socorrer. Sou aquela que na maioria das ocorrências preciso me impor à falta de respeito de alguns homens que me substimam. Sou aquela que deixou em casa o meu filho para socorrer o teu, seja em um acidente, um engasgamento ou ate mesmo ajudá-lo a vir ao mundo dentro dessa viatura. Sim, sou eu. A mulher socorrista!
Sou, aquela que teima em acostumar os braços frágeis, que a natureza ordenou que carregassem apenas o peso do próprio filho, a carregar estruturas grandes, aparelhos, macas, e planos duros, além do seu peso, meu paciente. Sou também aquela que adentra a sua residência quando por infelicidade seu ente querido entra em surto psicótico, ameaçando a própria vida, e eu com tamanha resignação vou acalma-lo. Sim, sou eu.
Sou eu, a Mulher Socorrista, aquela que por amor ao resgate suporta o calor, o frio, os gritos, as agressões, desacatos, o próprio medo, por amor à sua vida...Sim, por amor à vida de alguém que acabei de conhecer."

Não conheço o autor