segunda-feira, 4 de março de 2013

As "minhas" meninas


Pois é, a vida não pára de nos surpreender...

À cerca de um ano e meio, fui surpreendida por um telefonema da CPCJ ( Comissão e Protecção de Crianças e Jovens) antigamente designada por PM (Protecção de Menores). Solicitaram que eu e a minha mãe comparecêssemos para uma reunião. Ficamos muito surpreendidas e curiosas sobre qual assunto poderiam ter a tratar connosco. No dia a seguir ao telefonema lá fomos.

À minha irmã, (mais nova do que eu 15 anos) e ao companheiro dela, tinham lhes sido retirada a guarda das filhas, uma menina com 5 anos e outra com 18 meses. Isto porque ele, estava desempregado e tinham deixado de pagar a renda de casa, água, luz...e não tinham condições económicas para ter as meninas.
Tanto eu como a minha mãe ficamos incrédulas, ficamos em choque, ralhamos muito com a minha irmã, como é que ela deixou a vida dela chegar a tal ponto sem nada nos dizer??? Inacreditável!
Juro que pensava que isto, só acontecia àquelas famílias desestruturadas. Não à minha!  

A minha irmã mais nova que sempre foi tratada como uma princesa por mim, pelos meus irmãos e pelos meus pais, agora, estava com a vida dela neste estado! Isto porque também não tem um companheiro que a ajude (trabalhar cansa)...adiante.

Nestes casos, segundo nos disseram na Comissão, tentavam que um familiar ficasse com as crianças, caso contrário iriam para uma instituição ate que os pais reorganizassem minimamente a vida. A minha mãe fartou-se de chorar...aquelas crianças são a nossa vida, nem pensar fazê-las passar por isso.
Claro que eu prontifiquei-me logo a ficar com elas.

Nova reunião comigo e com o meu marido para assinarmos a guarda provisória das meninas, visitas esporádicas a minha casa, o meu filho mais novo teve que mudar para o quarto do irmão para ceder o dele às primas...muito complicado! Tive que reorganizar toda a minha agenda diária. À volta com fraldas e biberões, caminha de bebe em casa, entretanto a maiorzinha entra para a pré-escola...mas o que mais custava era à noite para adormecer a pequenina que fartava-se de chorar a chamar pela mãe e pelo pai, isso é que me custava mais!

Tentamos ajudá-los o melhor que pudemos, e estava tudo a ser bem encaminhado, até que... a minha irmã volta a engravidar, gravidez essa que escondeu de toda a gente, dizendo agora que tinha medo que também lhe retirassem essa bebe...não, não lhe retiraram a bebe, mas veio dificultar o processo de reavaliação para eles voltarem a ficar com as meninas.
Assim sendo, e tendo agora a bebe 8 meses, foi reavaliado o processo, nova visita a casa dela, revisão das despesas familiares, ele (meu cunhado) já se encontra empregado. Bom, as "minhas" meninas voltaram para casa dos pais, finalmente. Espero que agora eles tenham criado juízo naquela cabeça. 
Comprometi-me a estar atenta a qualquer situação relacionada com as crianças (agora três meninas) e intervir caso seja necessário.

As "minhas" meninas , deixaram a minha casa vazia!

2 comentários:

  1. Situação difícil essa, como tantas outras na tua vida. Ó melher, a tua vida dava um filme.. Mas o importante é que estiveste lá para elas e vais estar sempre que necessário for. Deste-lhes amor e carinho e os pais sentiram na pele o afastamento. Tudo se vai compor. :)

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  2. É verdade, peripécias é o que não falta na minha vida. Eu sei que toda a gente tem problemas, uns mais que outros, mas vamos seguindo em frente como podemos.

    Nunca em momento algum me arrependi da decisão que tomei, faria tudo de novo.

    Amo as minhas sobrinhas como amo os meus filhos ;)
    Tudo vai melhorar.
    Bjnhs

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