sexta-feira, 28 de fevereiro de 2014

Depois de 4 anos de ausência...


Já contei aqui como fiquei magoada com a Vitória, e como ela ficou também magoada comigo.

Foram 15 anos de amizade. Anos de partilha de sentimentos. Alegrias divididas, tristezas partilhadas. Confissões, segredos...lágrimas que nos lavaram tantas vezes o rosto. Gargalhadas e loucuras contagiantes. Subimos juntas os degraus do sucesso e caímos tantas vezes inseguras, mas sempre com o apoio uma da outra. Foram muitos anos! 

Dizem que quando é amizade verdadeira, esta não termina...acreditava nisso. Hoje, não sei responder se termina ou não. Não sei se a nossa terminou...os momentos que vivemos, esses, jamais serão apagados. Quatro anos sem nos vermos, sem nunca nos falarmos.

Conhecemo-nos tão bem!
A vida roubou-lhe muito cedo as pessoas mais importantes da vida dela, arrancou-lhe os pilares e deixou-a perdida, marcou-a, transformou-a numa leoa feroz...mas que fica indefesa perante aquilo que ela não pode controlar, A VIDA!
Conheço-a, conheço quando ela sorri com o coração a transbordar de tristeza, quando dá um grito de raiva camuflado numa piada. Tenho visto isso através do facebook, sim, ali, continuamos "amigas".

Pois, a vida pregou-lhe mais uma partida e feriu-a da forma mais cobarde. Roubou-lhe mais um pedaço da sua fortaleza. Levou-lhe uma sobrinha adolescente, assim, sem pedir permissão, apenas porque sim.
Senti tanta dor, senti tanto a dor dela. A minha amiga estava novamente de rastos...
Era o momento...sem hesitar, enviei-lhe uma mensagem de apoio, disponibilizei-me para ela. Queria dar-lhe um abraço, sem nada dizer, só abraça-la. (dei-me conta, de que, apesar de ter eliminado o seu numero de telemóvel, ainda o sabia de core)
Trocamos, algumas mensagens nessa noite.
Os dias passaram, um, dois meses e podia ver pelos seus posts no face que ela não estava nada bem. Continuava a não aceitar, não aceitava a perda. Perguntei-lhe, através de mensagem, como é que ela estava. Pediu-me que fosse a sua casa. Certo!
Agora, o passado voltou a estar presente! Revivi tudo o que passamos, momentos bons, maus, e essencialmente o momento em que nos separamos. Sei que é um pensamento egoísta, mas não me apetecia nada estar com ela. Ainda me magoa muito pensar em tudo o que se passou conosco. Fiquei magoada por ela se ter afastado de mim da forma que o fez. Fiquei magoada por ela ter apagado os anos todos de amizade que tivemos. Continuo magoada...

Chegou o dia! Confesso que me sentia ansiosa e com um certo receio...
Nesse dia estive de serviço na emergência até às 19.30 (horário esse, que deliberadamente prolonguei até às 20.30). Tínhamos marcado que iria a sua casa por volta das 21h. Boa! Enviei-lhe uma mensagem a dizer que estava muito atrasada e que ainda ia jantar, e que estava a chover muito e que não tinha transporte e que...(ok, estava muito ansiosa e tentava arranjar motivos para não ir). Queria muito estar com ela, mas não me sentia preparada, ainda, para encontra-la naquele dia. Era um desejo contraditório. Estava com medo!
Ela, como sempre, arranjou solução...o horário não seria problema. Transporte? Tá tudo bem, disse-me ela, a Paula (nossa amiga comum) também ia passar la em casa e não seria problema levar-me.
Não tive mais como fugir.
Senti-me tão estranha ao subir naquele elevador que me conhecia tão bem. Foi mesmo estranho!...



4 comentários:

  1. Eu quero acreditar que quando a amizade é verdadeira, não acaba mesmo.
    O tempo mudam, as pessoas mudam, podem haver algumas discuções, mas o sentimento fica lá...

    Beijocas

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    1. Já acreditei tanto que amizade verdadeira não acaba, já acredito que amizade verdadeira, também acaba...pode ter sido verdadeira no tempo em que durou e, pode um dia acabar...não sei...

      O tempo muda, a nossa opinião muda, nós mudamos, tudo à nossa volta muda.
      A amizade pode mudar. Ou não!

      Bjnhs :)

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  2. Por vezes é preciso perdoar, esquecer, ultrapassar, pôr uma pedra por cima de certas coisas, por outro lado às vezes não é possível. Faz um esforço, vais sentir-te bem contigo própria. :)

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    1. Sou capaz de perdoar, mas esquecer...eu queria muito esquecer. Mas esta memoria não me deixa. E olha que já tentei. Não tenho a capacidade de esquecer e isso fere-me porque não me sinto nada bem comigo mesma. Sou lixada,
      Quando me sinto ferida, não consigo esquecer quem me magoou. Talvez isto um dia passe. Eu queria que passasse.

      Bjnhs Gaja.

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