segunda-feira, 14 de janeiro de 2013

Com ou sem ajuda, segui em frente



Antes de sair do hospital, a medica informou-me que existia pelo menos outro fibroma, mas que não conseguia remove-lo da forma que removeu os outros, disse: "vamos ver como ele se comporta, se não der problemas óptimo  se começar de novo com hemorragias fortes e com dores, temos mesmo que avançar para a cirurgia"
Os dias que se seguiram não notei que estivesse pior, tinha algumas hemorragias escassas e não sentia dores. Aparentemente estava bem, apesar de o meu período menstrual andar todo desregulado.
Em Outubro de 2011 estava na minha pausa do jantar, quando me preparo para entrar ao trabalho e sinto uma hemorragia tão grande...lembro-me que estava com umas calças pretas e senti aquele liquido a cola-las às pernas, vi o sangue a sair-me pelos pés e rapidamente se formou uma poça de sangue à minha volta. Não tinha dores, só aquele sangue que não parava. Duas colegas que estavam comigo entraram em pânico, assustadas sem saber o que fazer, e eu sorri e disse-lhes: "tenham calma, peçam para me ligarem para a Cruz Vermelha que preciso de uma ambulância" Dei-lhes o numero e em alguns minutos estavam lá duas colegas minhas que me levaram ao hospital.
Fui examinada, levei com uma injecção para não variar, tomei um banho, vesti uma daquelas batas azuis muito jeitosas, a hemorragia estava controlada, depois disso perguntei à enfermeira: " Eu sei que isto é um hospital, mas vim do trabalho e preciso de fumar um cigarro. Há aqui algum sitio onde eu possa ir?" Ela riu-se e disse-me : "Disse bem, isto é um hospital" Respondi ."Esta bem, pronto, vou subir pelas paredes e tal, mas não há-de ser nada" Ela riu-se rendida e acho que com pena de mim:" Pronto, vai por este corredor, vira à direita e lá ao fundo junto à maquina de café tem uma porta que da para as escadas, pode fumar lá. Se encontrar alguém pelo caminho diga que vai tirar café. Ah e não demore, tem que ser discreta" Obrigada, agradeci com um enorme sorriso. Fumei o meu cigarrito juntamente com o café, fui para os meus aposentos, liguei a televisão e peguei no telemóvel para avisar o meu marido que estava internada.
Perguntou-me o que tinha acontecido, e de quê que precisava que me mandasse, visto que ele não poderia lá ir (e não podia mesmo porque ele tinha que abrir o estabelecimento e estava sozinho a trabalhar). No dia seguinte de manha a minha irmã foi lá levar-me as trouxas novamente. 
Visita da medica pela manha, inevitável disse-me ela " vamos ter mesmo que seguir para a cirurgia para ter uma boa qualidade de vida". Claro que me fez montes de perguntas, tipo se era casada, quantos filhos tinha, se pretendia ter mais filhos...perguntas desse género.
Concluímos que o melhor para mim seria fazer uma histerectomia total. "Esta certo, disse-lhe eu, quero é voltar a ter uma vida normal, não posso andar sempre assim".
No dia a seguir de manha, o meu irmão ligou-me a perguntar se já teria alta e eu disse que sim, então ele foi la buscar-me, subiu ao serviço de ginecologia, pegou-me no saco e deixou-me em casa, na caminha a descansar como tinha recomendado a medica. Descanso e uma boa alimentação, porque apesar de não ter anemia como comprovaram os exames, eu tinha perdido muito sangue.
Previa que os próximos dias não seriam fáceis...tinha que assentar as ideias e passar a informação positivamente para o meu cérebro,  não ia cair agora que tudo estava prestes a terminar.


Sem comentários:

Enviar um comentário