quinta-feira, 5 de maio de 2011

Encontro

Novembro 2007


Chegou o dia, eu andava ansiosa e um pouco indecisa...provavelmente seria eu a arranjar uma desculpa para não aparecer naquele encontro.
Não estava certo, concerteza tinha criado espectativas naquele homem e eu não seria a pessoa que ele estaria à espera.
Eu apenas estava a divertir-me, não queria mais do que aquilo, nem sequer pensava em um dia me encontrar com ele. Mas marcamos encontrar-nos nessa noite...que iria acontecer? Provavelmente ate sairiamos, e depois dele saber que nada iria além disso, não voltasse a enviar as mensagens que eu tanto esperava.
Estava casada há alguns anos e nunca tal coisa me tinha passado pela cabeça, nem em sonhos.
Ao longo do dia ele tinha me dito que estava muito ansioso por chegar à noite e perto da hora marcada, disse que sentia umas borboletas no estomago...sei bem o que é sentir isso, eu estava a sentir exatamente a mesma coisa, parecia uma adolescente...
Ele perguntou, onde nos encontrariamos, ao que eu respondi, que esperasse na minha porta, ele ficou incredulo, mas era mesmo isso que eu queria, afinal não estavamos a fazer nada de errado, a meu ver.
Tomei um banho, arranjei-me convenientemente e desci. Lá estava o carro parado à porta da minha casa. Entrei, ele estava a sorrir e eu, claro que devolvi o sorriso. Estava tal como eu me lembrava dele, lindo, apetecivel...sentia-se o seu nervosismo, o que ainda o tornava mais atraente.
Conversamos bastante, como se já nos conhecessemos à anos, fomos tomar cafe, e quando regressamos ao carro ele fixou aquele olhar doce, no meu durante alguns segundos e abraçou-me. Que abraço forte, senti que era um abraço sincero, com vontade, sentido mesmo, e disse-me:
"- Que bom,, à tanto tempo que não abraço assim ninguem, estava mesmo a precisar disto"
Fiquei em silêncio, não sabia muito bem ate que ponto ele estaria a ser sincero, o que ele pretendia com aquele abraço. Aguardei.
Falamos dos nossos casamentos, do que estavamos ali a fazer, do porquê das mensagens todo aquele tempo e o porquê deste encontro...nao percebiamos muito bem, mas tambem não foi nada premeditado, as coisas foram acontecendo.
E ele foi me levar a casa, despedimo-nos, voltamos a abraçar-nos e oferecemos um sorriso um ao outro.
Obviamente que nessa noite nao foi facil adormecer, ainda sentia o cheiro dele, o toque, aquele abraço forte e aquele sorriso...
Pensei, "pronto, agora que ja nos conhecemos mais um pouco, talvez isto termine, o factor surpresa passou e não há mais nada a descobrir dali em diante. Ja aconteceu o que tinha que acontecer...fomos tomar cafe, encontramo-nos, falamos frente a frente..."

Verdade, tinha dado como terminadas as mensagens.

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